sábado, 7 de março de 2015

E a música? Gospel ou Cristã ? Parte II

Estou de volta para o segundo post sobre música gospel ou cristã e, neste post quero acentuar as diferenças entre a música gospel e cristã, trazendo trechos ou fragmentos de ambas as músicas para fomentar ainda mais o debate.



E claro, não posso evitar uma pergunta que parece óbvia: É possível acentuar essas diferenças? ou é apenas mais um exercício de imaginação? Mas temos um ponto de partida para o início e a delimitação do debate. Vamos considerar que a música gospel é aquela cuja única preocupação é "falar de Deus" (este conceito foi parcialmente definido no post anterior). Enquanto, a música cristã tem como objetivo o louvor e a glória de Cristo. E nesse sentido, a música vai além, expondo aspectos relevantes da obra de Jesus, ou ainda, por que um Deus quis se tornar homem, habitar entre nós para que víssemos "[...] a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade" (Jo. 1. 14). Esta será nossa caminhada e acredito que vamos encontrar alguma resposta.

Em primeiro lugar, a música é de origem divina. Leia o diálogo entre Deus e Jó em Jó 38.4-7: "[...] enquanto as estrelas matutinas juntas cantavam e todos os anjos se regozijavam?" (v. 7). Ainda, Ne 9.6, a parte final: "[...]. Tu deste vida a todos os seres, e os exércitos dos céus te adoram". E não custa lembrar, existe um debate longo e intenso a respeito do conceito da palavra "música". Gostei do conceito do blog "Descomplicando a música": "é a combinação de sons e silêncios de uma maneira organizada". E vou acrescentar (mesmo não sendo músico; só "arranho" violão) o seguinte. Se essa combinação de sons e silêncio de maneira organizada tiver significado e reportar a algo ou alguém, isso é música.
Vejam estes trechos ou fragmentos de músicas muito conhecidas de todos nós.

"Se tentam destruir-me [...] querem entulhar meus poços querem frustrar meus sonhos [...] O selo que há em mim? A marca da promessa, [...] O meu Deus nunca falhará, eu sei que chegará minha vez. Minha sorte Ele mudará [...] Prepara-me uma mesa Na presença dos meus inimigos Unge minha cabeça E o meu cálice faz transbordar [...]. ("Marca da Promessa", Trazendo a Arca)

Alegrai-vos, filhos de Sião [...] Porque ele vos dará, Em justa medida, a chuva... a chuva [...] As eiras se encherão de trigo E os lagares transbordarão De óleo e vinho Restituirei os anos [...] O melhor de deus ainda está por vir. ("O melhor de Deus está por vir", Kleber Lucas)



Em ambas as músicas, o tom é de apenas uma reportagem a Deus O colocando na condição de um ser subordinado a nós homens com a inversão total de quem é a criatura e quem é o Criador. A condição do homem em uma situação difícil é a tônica. Frases como "O meu Deus nunca falhará" e "o melhor de Deus ainda esta por vir" subordina a ação de Deus a nossa vontade, diferente do que esclarece Rm 12.2: "[...], para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". Não entro no mérito de analisar a ideologia ou a motivação do compositor e muito menos o "deslize teológico" embutido nestas músicas. Estas músicas são ao meu ver música gospel.

Agora veja um fragmento de uma música também muito conhecida do público das igrejas.

Eu sei que foi pago um alto preço [...] Quando Jesus derramou sua vida [...] E nos via redimidos por seu sangue [...] Lado a lado trabalhando, sua Igreja edificando [...] E por mais que as trevas militem e nos tentem separar Com nossos olhos em Cristo, unidos iremos andar. ("Alto Preço", Asaph Borba)

A música faz uma correção muito interessante: Coloca o Criador na posição correta. A tônica da música é o sacrifício de Cristo. Tudo remete a Ele. "Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém". (Rm 11.36). O homem aparece na posição em que ele deve estar, de dependente de Cristo. Jesus disse em Jo 15.5: "[...] pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma". Essa é uma música cristã.

Partindo da premissa que estabelecemos, é possível diferenciar a música da Igreja Cristã (e essa denominação que gosto de usar, visto que "evangélico" virou modismo) daquela que é gospel ou cristã. Não podemos ser "atropelados" pelo Mundo absorvendo qualquer produto que chega com rótulo cristão. Música cristã como já afirmei remete a Cristo e sua Obra em favor do homem. E isto faz com louvor e honra a Ele. Enquanto a música gospel ao simplesmente conter referências indiretas e raramente diretas a Deus, ainda faz de forma a conduzir ao engano, ao erro. Nosso Deus não estar subordinado as nossas vontades como um "fantoche". Tudo que recebemos Dele é por intermédio de Jesus. Não há intermediário ou passe livre, acesso direto. "[...] Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim". (Jo 14.6). Quando queremos acessar diretamente a Deus senão por Jesus, menosprezamos a Obra de Cristo. E é isto que a maioria das músicas do tipo gospel fazem, induzindo cristãos incautos ao erro.




Quero deixar meu alerta a fazermos o que a Palavra diz: "Examinai tudo. Retendes o bem". (1 Ts 5.21). Finalizo esta série e em breve estaremos com uma nova defesa da fé cristã. 

Saudações cristãs.

Crédito das imagens:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEY00VjFfMVV4Pz_OrmB-ZiE1A2dmixskId9DnCMoYHdfF8ILadUh2jlEZac_2G0gizV5xHEGKTIbFMLeJurFoaTIlv9YHJTByqRrtNVzYUG64-MxE4_yGmlb9AxnAmY5S2Za0b4LmnlM/s1600/louvoresaohomem.jpg (fig.1)
http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/wp-content/uploads/2014/10/homem-no-centro.jpg (fig.2)
http://estudos.gospelmais.com.br/files/2011/10/Vida-de-adora%C3%A7%C3%A3o1.jpg (fig.3)

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